Utilização do Lúdico no processo de aprendizagem da Geometria Espacial: Poliedros com Jujubas
Utilização do Lúdico no processo de aprendizagem da Geometria Espacial: Poliedros com Jujubas
Bruno Lucas da Costa
Marília Carla dos Santos Medeiros Figueirêdo
Justificativa
A educação escolar atualmente molda o desenvolvimento intelectual e moral
do indivíduo, pois, o inclui e prepara para interagir socialmente, instigando-os aos
pensamentos críticos e reflexivos sobre as condições de sobrevivência e trabalho,
focalizando as questões sociais, políticas e econômicas. Sendo papel do educador a
formação de cidadãos conscientes e capazes de se posicionarem de maneira
crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações cotidianas, pois, devem
ver os educandos como sujeitos ativos da sua própria aprendizagem.
A matemática hoje é vista como uma maneira de pensar, como um processo
em permanente evolução (não sendo algo pronto e acabado que apenas deve ser
estudado), permite, dinamicamente, por parte do aluno, a construção e a
apropriação do conhecimento. Permite também vê-la no contexto histórico e
sociocultural em que ela foi desenvolvida e continua se desenvolvendo.
O desenvolvimento do conhecimento matemático, nos leva a questionar a
realidade para resolver situações problemas, utilizando para isso o pensamento
lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando
problemas e verificando a sua adequação para agir com perseverança na busca de
conhecimento e no exercício da cidadania.
Com o intuito de despertar no aluno a curiosidade e o seu lado investigativo,
propomos fazer um estudo sobre espaço e forma. Na geometria os PCNs enfatizam
empatia dos alunos pelo conteúdo quando afirma que: “O estudo da Geometria é
um campo fértil para trabalhar com situações problemas e é um tema pelo qual os
alunos costumam se interessar naturalmente”. No entanto, escolhemos trabalhar
com os sólidos geométricos de forma lúdica através da construção dos mesmos,
utilizando jujubas e palitos.
A técnica das jujubas (balas de goma), consiste na construção de esqueletos
de poliedros, de modo que as jujubas representam os vértices, e os palitos, as
arestas. A construção dos poliedros é de fácil execução e demanda pouco tempo, o
que facilita seu uso na própria sala durante as aulas. Além disso, o material é de
baixo custo, fácil acesso, e possibilita que a estrutura fique estável, o que
geralmente representa um problema em outras técnicas.
● Proposta de aula para trabalhar a Relação de Euler Nesta seção, propomos
uma aula introdutória sobre poliedros e Relação de Euler, com a utilização da
técnica das jujubas. Este conteúdo é ensinado no segundo ano do ensino
médio.
Introdução ao estudo dos Poliedros e Relação de Euler
Observação:
Ao construir os sólidos geométricos devemos considerar que os
palitos representaram as arestas e as jujubas os vértices dos mesmos.
Metodologia:
Para essa aula, os alunos podem trabalhar individualmente ou em grupos de
até 4 integrantes. Para tornar aula mais divertida e atraente, sugerimos que os
alunos possam comer as jujubas ao final da atividade. Para tanto, o professor deve
solicitar que os alunos estejam com as mãos lavadas e trabalhem sobre uma folha
de papel, a fim de que as jujubas não entrem em contato com a mesa. O professor
deve iniciar a aula conceituando poliedro e poliedro regular e entregando uma
tabela, como a abaixo, para que aluno preencha conforme construa os poliedros
utilizando o material proposto:
Em seguida, deve-se explicar aos alunos que os elementos de um poliedro
são os vértices, que serão representados pelas jujubas, as arestas, representadas
pelos palitos, e as faces, que serão os apoios do poliedro (os vazios).
Atividade 1. Como primeira atividade, sugerimos construir um tetraedro regular.
Durante a construção do triângulo da base, o professor deve revisar a classificação
quanto aos lados de um triângulo (equilátero, isósceles ou escaleno) e conduzir os
alunos a concluírem que, por se tratar de um poliedro regular e os palitos possuírem
mesmo tamanho, trata-se de um triângulo equilátero.
Terminada a construção, os alunos devem preencher a tabela, segundo suas
observações. O professor deve estimular que os alunos manipulem o tetraedro,
girando o e percebendo o formato das faces, e quantidade de vértices, arestas e
faces para posterior preenchimento da tabela.
Com a tabela preenchida, o professor deve estimular a percepção dos alunos
de algum padrão na quantidade de faces, vértices e arestas. Espera-se que algum
aluno observe que a soma dos vértices e faces sempre excede em duas unidades o
número de arestas. O professor pode acrescentar uma linha à tabela e preencher
apenas vértices e faces para que os alunos completem com a quantidade de
arestas sem construir o poliedro.
Sugestão de tabela
Utilizando as letras V, F e A para vértices, faces e arestas respectivamente, o
professor deve escrever no quadro a fórmula que os alunos deduziram.
𝐕 + 𝐅 = 𝐀 + 𝟐
Deve-se ressaltar a importância da ferramenta para encontrar a quantidade
de alguns dos elementos (V, F ou A) quando os poliedros são mais complexos e
não temos o modelo concreto em mãos. Observação: Caso a turma seja avançada,
sugerimos que o professor forneça os dados do icosaedro para o preenchimento da
tabela e solicite que os alunos tentem, sozinhos, construir o poliedro observando um
modelo pronto. 46 Após a dedução da fórmula, o professor pode solicitar aos alunos
que construam poliedros de sua preferência e observem que a relação continua
válida.
A seguir são apresentadas sugestões de construção de alguns poliedros
notáveis utilizando a técnica.
Tetraedro regular
Material: jujubas e palitos.
Sou um sólido regular, tenho 4 vértices, 4 faces e 6 arestas. As faces são todas
triangulares. Quem sou eu?
1º Passo: Espera-se que o aluno construa um triângulo equilátero como base do
sólido. Encaixe duas jujubas nas extremidades de um palito e espete um palito em
cada uma dessas jujubas. Feche o triângulo encaixando uma jujuba para unir os
dois palitos com as extremidades livres.
2º Passo: Em cada uma das três jujubas do triângulo equilátero, espete um palito na
vertical, inclinado para o interior do triângulo.
3º Passo: Una as extremidades livres dos três palitos colocados no 2º passo com
uma jujuba.
Ao final do experimento o aluno perceberá que o sólido faz parte do prismas
regulares e utilizou 4 jujubas (vértices) e 6 palitos (arestas) e identificar 4 faces
triangulares, constituindo assim um tetraedro, pois o mesmo tem todas as fases
laterais e bases triangulares.
Hexaedro regular (Cubo)
Material: jujubas e palitos.
Sou um sólido regular, tenho 8 vértices, 6 faces e 12 arestas. As minhas faces são
todas quadradas. Quem sou eu?
1º Passo: Espera-se que o aluno construa um quadrado como base. Encaixando
duas jujubas nas extremidades de um palito e espete um palito em cada uma
dessas jujubas. Encaixe uma nova jujuba em cada extremidade livre dos palitos e
feche o quadrado espetando um novo palito entre as duas jujubas soltas.
2º Passo: Em cada uma das quatro jujubas do quadrado espete um palito na
posição vertical.
3º Passo: Construa outro quadrado seguindo o 1º passo e encaixe-o nas
extremidades livres dos palitos espetados no 2º passo.
Ao final do experimento o aluno perceberá que o sólido faz parte do prismas
e utilizou 8 jujubas (vértices) e 12 palitos(arestas) e identificar 6 faces quadradas,
constituindo assim um cubo, pois o mesmo tem todas as fases laterais e bases
quadradas.
Pirâmide regular de base quadrada
Material: jujubas e palitos.
Tenho 5 vértices e 5 faces. Uma face é quadrada e 4 faces são triangulares.
Quantas arestas eu tenho? Faço parte dos prismas ou das pirâmides? Quem sou
eu?
1º Passo: Espera-se que o aluno construa um quadrado que será a base do sólido.
(Vide hexaedro regular).
2º Passo: Em cada uma das quatro jujubas (vértices) do quadrado espete um palito
na posição vertical.
3º Passo: Una as extremidades livres dos quatro palitos colocados no 2º passo com
uma jujuba.
Ao final do experimento o aluno perceberá que o sólido faz parte das
pirâmides e utilizou 5 jujubas (vértices) e 8 palitos(arestas) e identificar que
construiu uma pirâmide com base quadrada, pois a mesma apresenta um base
quadrada e cinco faces laterais triangulares.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Fundamental). Matemática /
Secretaria de Educação Fundamental. . Brasília : MEC / SEF, 1998.
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